Inquisição de Évora 1533-1668 carreia imensa informação que cobre as mentalidades, a sociedade, a vida urbana, a economia, a política, o direito, a antropologia, a psiquiatria.
As vítimas têm nome, morada e terra de nascimento. Contam estórias de dignidade e grandeza extremas e também de cruel abjeção. Os documentos conservam principalmente a voz dos inquisidores. Eram clérigos – bacharéis, licenciados, doutores em Direito Canónico e teólogos. Mas também nos chegaram corajosos testemunhos oriundos do interior da mesma Igreja.
Das vítimas ficaram só as palavras registadas pela pena dos notários e escrivães do Santo Ofício. É impossível não escutar o seu eco.