Emídio é nome de ilusionista. É nome de diabo, de pirulito, de homem em fuga, de artista. Emídio é nome de avô como Ermelinda é nome de avó, sendo também nome de mulher determinada, de intensidade, de fé e de um amor que foi uma espécie de fé.
Emídio e Ermelinda é o que nos conta o neto de ambos. Contar uma história é uma tarefa infinita, polifónica, que parte vidas em pedaços, cheia de desvios a galope, mais ainda se é uma história que reflete muitas histórias e um certo período da História de Portugal — de pobrezas, de silêncios, de guerra, de céus cinzentos, de golpes de asa e procura de algo melhor num continente distante.
Este é um livro sobre a memória, sobre o engano, sobre viver e sobreviver, sobre os limites da ficção. E é sobre contar uma mentira da melhor maneira possível para que esta se torne a mais bela das verdades.