«Porque construída sobre um poço de águas ácidas, a casa-das-professoras
de Santa Fé, os gatos a rondarem-na nas noites de cio. As mesmas noites
em que Ester, a única ali não chinesa, encontra o seu conforto na
contemplação da carta de Lu Si-Yuan, carta que aliás nunca chegará a
ler: «(...) ia desenrolando a folha de papel de arroz, ia-a estendendo
na mesa dos livros, aspirava-lhe o perfume. A ressaltar do fundo branco,
os ideogramas a tinta-nanquim como um baixo-relevo - linhas regulares, a
prumo, linhas deitadas e paralelas em pauta de música, e arcos, e
ângulos, e asas. Uma arquitectura. Um templo de nove pisos e nove vezes
nove empenas a perscrutar os ares. Um bosque de bambus depois das
chuvas»». Este belo romance que mereceu o Prémio Eça de Queirós situa-se
na Cidade do Santo Nome de Deus de Macau nos anos sessenta, na
casa-das-professoras de um colégio de meninas.
Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para
o ensino secundário para leitura autónoma.