Uma arrasadora paródia metaliterária e político-social, que não deixa pedra sobre pedra: as teorias, instituições e poderes literários e culturais; o eurocentrismo; os supremacismos, identitarismos e todos os excessos da contemporaneidade; os falsos reformismos.
Mestre da ironia e do humor, assim como das técnicas narrativas pós-modernas, João Melo extrema-se numa construção inesperada e magistral, interpelando tais tendências com coragem e, ao mesmo tempo, compaixão e desconstruindo deliberadamente um certo pós-colonialismo folclórico, que limita os autores africanos a escolhas locais e de preferência exóticas.