De tudo poder ver, na sua isolação, o menino descobriu o pequeno segredo do comboio. E assim ele viu o que mais ninguém via, o que aos olhos do mundo não valia a pena: do vagão do comboio caíam grãos vivos de trigo. E cada grão caía casado com uma gota de nuvem. E no chão de areia quente do fogo do meio-dia, ao lado da linha do caminho-de-ferro, se alumiava uma nova linha de água e trigo vivo.
Então, o menino exaustivo, que se isentava na escola, começou a amealhar grãos de trigo húmido. Um dia demarcou no quintal da sua casa um pequeno talhão de meio metro quadrado e plantou os grãos de trigo. Aquela foi a sua primeira agrimensura. A sua alma estava cheia de engenharias agrónomas.