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No começo, já longínquo, dos anos 50 do século XX Saramago escreveu aquele que era o seu segundo romance.
Chamou-lhe CLARABOIA, e um amigo se encarregou de o enviar para um editor.
Como resposta obteve o silêncio. Magoado, decidiu que deixaria de ser escritor e durante vinte anos não quis publicar nada mais. No entanto, passou o tempo, confrontou-se com a vida e com a literatura, trabalhou, escreveu e 50 anos depois conquistou o Prémio Nobel.
O que há em CLARABOIA como ponto de partida daquela que viria a ser uma obra literária de primeira grandeza?
Ali está muito do Saramago que conhecemos. Sobretudo o espírito do autor : “Activo, sim, mas lúcido! E lúcido acima de tudo!” afirma uma das personagens . E outra assinala“ – É preciso regras, é preciso leis! – E quem é que as faz? E quando? E com que fim?”
Está também Fernando Pessoa, com citações directas – “Queriam-me casado, fútil e tributável? “, “O sentido oculto da vida é não ter a vida sentido oculto nenhum”.
CLARABOIA é Saramago, o autor na plenitude da sua grandeza que mais tarde encontramos em O ANO DA MORTE DE RICARDO REIS, TODOS OS NOMES, MEMORIAL DO CONVENTO ou CAIM. Uma personagem de CLARABOIA afirma: “Ninguém, pode compreender outrem. E ninguém pode ser, ao mesmo tempo, outrem de si mesmo”. Não estará aqui a chave de o HOMEM DUPLICADO? Sobre a forma de um romance de recorte clássico, com uma arquitectura rigorosa, um amplo leque de personagens, um retrato sugestivo da vida das classes populares lisboetas de meados do século XX, CLARABOIA proporciona o prazer da descoberta: o nascimento de um escritor imprescindível na literatura universal.
No começo, já longínquo, dos anos 50 do século XX Saramago escreveu aquele que era o seu segundo romance.
Chamou-lhe CLARABOIA, e um amigo se encarregou de o enviar para um editor.
Como resposta obteve o silêncio. Magoado, decidiu que deixaria de ser escritor e durante vinte anos não quis publicar nada mais. No entanto, passou o tempo, confrontou-se com a vida e com a literatura, trabalhou, escreveu e 50 anos depois conquistou o Prémio Nobel.
O que há em CLARABOIA como ponto de partida daquela que viria a ser uma obra literária de primeira grandeza?
Ali está muito do Saramago que conhecemos. Sobretudo o espírito do autor : “Activo, sim, mas lúcido! E lúcido acima de tudo!” afirma uma das personagens . E outra assinala“ – É preciso regras, é preciso leis! – E quem é que as faz? E quando? E com que fim?”
Está também Fernando Pessoa, com citações directas – “Queriam-me casado, fútil e tributável? “, “O sentido oculto da vida é não ter a vida sentido oculto nenhum”.
CLARABOIA é Saramago, o autor na plenitude da sua grandeza que mais tarde encontramos em O ANO DA MORTE DE RICARDO REIS, TODOS OS NOMES, MEMORIAL DO CONVENTO ou CAIM. Uma personagem de CLARABOIA afirma: “Ninguém, pode compreender outrem. E ninguém pode ser, ao mesmo tempo, outrem de si mesmo”. Não estará aqui a chave de o HOMEM DUPLICADO? Sobre a forma de um romance de recorte clássico, com uma arquitectura rigorosa, um amplo leque de personagens, um retrato sugestivo da vida das classes populares lisboetas de meados do século XX, CLARABOIA proporciona o prazer da descoberta: o nascimento de um escritor imprescindível na literatura universal.