PVP: 9,54 Euros

Género(s): Literatura

ISBN: 9789722113953

:: O Vagabundo Na Cidade

SINOPSE

 
Do texto introdutório, por Luís Augusto Costa Dias:

«[...] Recordo, ao escrever estas palavras, um café em Santiago, num dia em que me encontrei com Manuel da Fonseca e conversámos, longamente — ele, sempre jovem, sorvendo num copo fios de histórias; eu, ainda jovem, cigarrando um motivo que hoje, afinal, outros felizmente concretizam. No pouco tempo que, numa conversa com o escritor, valia a pena caber-me, falei-lhe então das suas crónicas, quase intermináveis no número, «a um conto por conto» (como ele dizia), com que povoou páginas e páginas dos poucos jornais que, a partir dos primeiros anos sessenta, publicavam esse escritor já maduro. Falei-lhe no interesse em reeditar, cerca de vinte e cinco anos depois, essas crónicas — algumas delas verdadeiros e pequenos contos que, como já sugeriu Urbano Tavares Rodrigues a propósito de Pessoas na Paisagem, prenunciam ou virtualmente contêm germes de romances.
Manuel da Fonseca interessou-se então pela ideia, no âmbito da sua Obra Completa.
— Revejo tudo, componho para novos tempos... — dizia.
— Nem pensar! Que esses tempos não se reeditam: publica-se tudo como então passou ou pôde passar nos jornais.
— Se achas!... Qualquer dia fazemos isso...
Mas isso ficou por fazer, até ao presente, por razões que não vêm ao caso. Daí que, ao certificar o antecipado acordo do escritor à iniciativa que agora decorre e que, certamente, há-de continuar, experimente um enorme prazer de, por alguma forma, em isto participar. Isto, que representa dar inteiro corpo à obra desse escritor ímpar na literatura contemporânea.
As crónicas de O Vagabundo na Cidade, que muitos leitores vão ler pela primeira vez, é um ciclo de simples e extraordinárias crónicas, vertidas do quotidiano com magia de construção escrita que lhes assegura serem já uma outra realidade autónoma da paisagem de que partiram. Escritas aí por finais da década de 1960, constituíram, aliás, uma das colectâneas que serviram de base à conversa tida, dia inteiro, à roda de uma mesa de café em Santiago.[...]»